E mais uma vez me encontro aqui, na mesma desolação de sempre. Consumida por atenções que não condizem com nada que eu mereça, com nada parecido ao que procuro como paz interior. O mundo tá girando feito roda gigante, sim, e em contraposição com Caio, eu tô dentro, mas tô pedindo pra descer. Eu disse me encontro? Quis dizer me perco. O tempo todo, de tudo, de todos. Perco, fujo, dilacero e dou um certo toque efusivo onde não era pra ter sentimento algum. Eu já quis ser tanto, já sonhei, já até acreditei no amor. Sabe, aquele esquema todo de tu me liga eu te ligo, nos vemos, saberemos as palavras certas pra dizer um ao outro, faremos promessas, combinaremos de assistir filme em domingos solitários, planos à longo prazo e no final das contas, terminaremos aquele dia no maior estilo,como se faz aquele pessoal que se ama. Mas, não. Digo pra qualquer um que pense na possibilidade de se aproximar um pouco mais: meu coração não é uma boa morada, dois passos pra trás, um pra frente, por favor. Não estou disposta a sacrificar ninguém nessa árdua tarefa em tapar buracos, que de longe estão procurando ser fechados. Não estou colecionando promessas, pelo contrário, se tem algo assim à vista, fujo e não olho pra trás. Não quero nenhuma garantia pra quebrar a cara mais tarde. Não mais. Já acreditei muito e acho que já disse isso antes, mas não quero que restem dúvidas, à menos que seja de verdade, porque eu acredito. Sou ridícula o suficiente pra ainda acreditar em todas essas ba-na-li-da-des. Sei que tudo em mim engana, depois afasta. Deve ter algo de errado, podem ser as pessoas, o lugar, mas é muito. O problema tá aqui, não adianta fingir. Simples e gritante ao mesmo tempo, e sem mistério algum. Tenho mesmo essa mania besta de querer ser de alguém, embora essa palavra “alguém” seja algo infinitamente limitado, que se restringe, se guarda. E sou boba sim. Crio mil dificuldades como desculpa pra minha falta de discernimento com o resto do mundo como distúrbio de personalidade repulsiva, DNA estragado, conspiração com gente (qualquer tipo de gente). É muito pra alguém tão pequeno, eu sei. Ainda bem que ainda tenho fé, que ainda espero e que acredito? – Sim, lá no fundo eu acredito, que num dia qualquer, o que vivo esperando ser o melhor pra mim bata na minha porta e que psicologicamente ou astralmente, eu não arranje mais nenhum motivo pra não aceitar a felicidade.
terça-feira, 27 de setembro de 2011
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Contramão
Nada como acordar um dia e se perceber totalmente acomodada. Sentei, calei, não ousei uma palavra contra sequer. E, entenda quem for capaz, mas deixei assim, quietinho, porque cansei de tudo o que me sufoca, que me dói e que não me acrescenta nada que valha a pena. Não quero mais ouvir esses discursos falsos moralistas me dizendo o que é certo e muito menos decisões alheias que falem por mim o que se diz ser melhor. Saturei, meu caro. Chamem do que quiser: insensatez, revolta, covardia, indiferença, loucura boba e alienada, mas não bata na minha porta pra me dizer acho-que você-devia-seguir-esse-caminho-pro-seu-bem. Ora, achismos nunca levaram ninguém a lugar nenhum. Então só apareça com uma solução, que posso até pensar em te dar uma chance. Convidar pra um café, quem sabe. O que poucos imaginam é como ter que ir dormir e acordar com o pensamento a mil, com os ombros pesados pela carga de pressões diárias que são sobrepostas e que chafurdam minha cabeça. Não, nem ocorre o pensamento em todos esses envolvidos de que a minha paciência acabou faz tempo e que no meio dessa bagunça, nem motivos para estar nela eu consigo achar. Estou presa, não nego. Acorrentada, sem poder fazer nada, que por mais que eu queira me libertar, a consciência pesa, meu amigo, te obriga a voltar pra vida, fazer parte e ser propriedade dela. Mas como eu ia dizendo, nada disso vai me fazer render e ser escrava de todas as determinações propostas por ela, pela Vida. Não é que eu tenha desistido de sonhar ou desistido das pessoas, nem que tenha aberto mão do sentimento. Minha pretensão não é me esvaziar, apenas tornar mais leve. Sabe aquela coisa toda de viver e deixar levar? É disso que eu tô falando.
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domingo, 18 de setembro de 2011
Amizade, Amiza, Ami, Am... Amor
Pra quem eu considerava não amar tanto, ele até que fez um estrago enorme. Mas volto a dizer, que nesse coração, onde prevalece uma luta constante em não deixar ninguém entrar, onde o medo de quebrar a cara impede que eu me entregue a qualquer uma dessas paixões que pintam vez em quando e de onde vem todo o orgulho que me afasta dos infortúnios, mas que também me mantém distante do que procuro alcançar – esse coração espera um dia encontrar um motivo pra nascer e crescer de novo.
Estou sempre largada, redimida e partida em pedaços, deve ser coisa de dentro da minha cabeça achar que vivo abandonada num canto imundo, abraçada a própria solidão. E a que ponto de clichês chego em dizer que ela, Solidão, foi, se não, minha melhor companhia? Pelo menos hoje, que não estou esperando nada nem ninguém, me deixo levar pela saudade que certas pessoas e situações me fazem sentir. Muitas vezes por aquilo que foram ou deixaram de ser, não importa, o fato é que eu gosto de lembrar dele. Ele, que daquele jeito despreocupado e cheio de imperfeições me mostrou que não adianta bancar a distante, coração nenhum permanece fechado pra sempre.
É, mas nem gosto mais de ficar batendo na mesma tecla, escrevendo sempre sobre a mesma pessoa, as mesmas razões, só porque o nosso amor perdeu a noção, saiu do limite que foi imposto por nós mesmos. Não gosto de sentir esse gosto seco na garganta que parece algo como vontade, sei lá, arrependimento? Eu não sei o que mais me dói, se é esse desejo de fazer de novo o que é proibido ou o que meu coração determinou ser errado. Nem mesmo sei dizer o que aconteceu, mas tenho plena certeza de que o que mais sinto falta é do que ele sempre foi, sem dúvidas uma companhia melhor do que a solidão que tenho agora.
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sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Meu melhor pesar
E existe mesmo essa coisa de dar pausa na dor? É que corremos tanto das decepções, fingimos não notar as desgraças e fugimos de tudo aquilo que nos deixa triste para acabarmos sempre no mesmo buraco, envolvidos nela, na dor. Nunca fui muito de falar, imagina quando me questionam sobre como vai meu dia, se está tudo bem ou como estou me sentindo. Engana-se quem pensa que não levo a sério cada uma dessas perguntas, pois sempre quero prolongar as verdades, dizer tudo que está mais afundo e que ninguém faz nem sequer questão de saber.
E aos trancos e barrancos vou resistindo. Embora minha vontade seja de nunca sair da segurança que é meu cubículo de mágoas, estou disfarçando, de fato, o que acho ser meu por direito: não, não me chama pra olhar a vida lá fora, daqui não saio, daqui não quero sair. Sei que tudo pode ser mais bonito se eu quiser e que a felicidade não é totalmente inalcançável, basta ter força, uma força que não tenho agora e se alguém me perguntar quando, direi que não sei e não quero saber. Desse jeito bem arrogante mesmo.
E se, e somente se eu achar algum motivo pra querer ser um pouco mais do que somente essa figura opaca sem esperança alguma, de certo, terei aqui intacto o melhor de mim, que sempre esperei mostrar. Mas não me iludo, não. Já caí num conformismo previsível e desisti de não me sentir culpada em ser um pouco mais feliz. De me sentir culpada por toda perda, essas que passaram a ser tão comuns nos meus roteiros cobertos de decepção. E se me perguntarem se eu sinto culpa por algo mais, eu apenas direi que depois de um certo tempo a gente para de se importar com as coisas que tocamos que acabam por estragar, ou tudo aquilo que tentamos, por amor, proteger, sempre terminar fugindo e até mesmo o melhor que há guardado aqui dentro, que acaba escorrendo pelas mãos.
sábado, 10 de setembro de 2011
A única saída é deixar pra trás
Dizer que nunca mais é muito fácil. Falar que tanto faz ajuda a seguir em frente. Viver contando nos dedos o tanto de gente que já me magoou não vai me fazer sofrer menos. A verdade é que me falta coragem de dizer chega, não dá mais. O mundo gira, as pessoas mudam, a gente muda, não é algo que se possa evitar. Venho tentando me convencer a cada dia que meu coração não é playground pra criança nenhuma brincar e que ficar me rendendo ao acasos que pintam por aí não é mais vantagem nem pra mim, nem pro próximo palhaço que aparecer. Afinal, meu coração não é circo também.
O que custa querer ser um pouco mais livre? Ser fria, confesso, não faz meu tipo. Mas é que eu tenho me entregado muito, me doado além da conta e nada disso tem me feito bem. Não é que eu queira seguir um caminho traçado, com linhas feitas e um destino preparado pra me receber. Espero, de vez em quando, me perder. Acordar virada pro lado errado e fazer tudo aquilo que me der na telha. Não pensar em mais ninguém quando o assunto for eu. Espero que eu não precise de motivos quando meu coração decidir me fazer feliz. Que eu não precise fazer tudo isso impulsionada pelas decepções que a vida me trás.
Hoje eu cansei de sofrer. Disse nunca mais, mesmo sabendo que amanhã é outro dia. Hoje eu falei que tanto faz pra tudo e a todos que me magoaram, porque o mundo gira e pra seguir em frente é necessário deixar de lado e começar a perceber a pessoa que me olha no espelho todos os dias. Hoje eu queria ser minha e de mais ninguém.
"Tô tirando férias, dando um tempo disso, chega de amar, chega de me doar, chega de me doer."
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Não quero não lembrar
Desde sua partida tenho tido dias amargos, um tanto impiedosos. Estava acostumada com sua ausência, mas nunca imaginei que sua falta fosse me abalar tanto assim. Já faz algum tempo e estou começando a superar as vontades que sinto de falar a seu respeito e de ficar pensando nas lembranças mais doces.
Aqueles dias, não faz nem tanto tempo, não pensava em mais nada, só conseguia sentir culpa e uma dor na garganta, um aperto no peito, umas vontades inesperadas de chorar. Queria um ombro pra me recostar, e nos dias que eu sonhava mais alto, desejava até um abraço. Um abraço de verdade, daqueles que me faziam sentir segura e que não conseguisse pensar em estar em nenhum outro lugar que não fosse dentro daquele abraço. Claro que isso foram apenas desejos frustrados e continuam sendo. Essa comodidade de espírito e outros tipos de refúgio são apenas esperanças angustiadas depois da sua partida.
Estou sentindo todas aquelas emoções que uma pessoa sofre quando a outra vai embora. Além da saudade, é claro, tento me acostumar com esse jeito amargo que a vida olha pra mim. Sozinha. Tento, e talvez me saia melhor até do que se possa imaginar. Dar meus próprios passos e acima de tudo confiar em mim. É normal, não é? Estive tanto tempo encoberta por debaixo da sua sombra que é natural sentir certa relutância em abrir mão de tudo que tenha a ver com você.
Talvez chegue um dia que eu pare de ficar imaginando o que você acharia, o que você falaria e o que faria se estivesse no meu lugar. Faço de tudo para evitar esses pensamentos, ao mesmo tempo em que não quero me livrar deles. E eu sei que chegará esse dia, que tudo isso não vai passar de uma lembrança remota. Ou será que é forte demais pra se esquecer? Deve ser normal pensar que tudo na vida é inesquecível demais, que tudo é marcado, às vezes marcado a ferro quente. Com ferro quente, que fez um corte profundo demais pra sarar.
Têm sido assim, esses dias, se quer saber. Gastando tempo a procura de um novo lugar seguro, encontrando no máximo pessoas que só querem meu bem. Querer meu bem é fácil e até cansativo. Agora querer, meu bem, querer do seu jeito, essa é uma busca que talvez leve anos e nunca vou achar o que um dia achei em você.
30/04/2011
domingo, 4 de setembro de 2011
Eu pires, você prato
Foi em um dia claro, sem nenhuma expectativa, desses dias felizes que não imaginamos que poderiam mudar nossas vidas. Foi em um dia assim que te conheci. Não, não estou fantasiando, nem criando situações só pra ficar bonito. Foi exatamente dessa forma que você começou a fazer parte da minha história.
Você foi chegando devagar, sem que eu percebesse, foi ocupando todos os meus espaços. Não sei se você se lembra das tardes que saíamos sem destino só porque ficar junto era bom demais. Eu ia ansiosa te ver, já imaginando tudo que tinha pra me contar. Você dizia que viver em casa era difícil e que estar a par de problemas que não os seus era um tormento. Eu gostava de ouvir você reclamando que seus casos anteriores foram perda de tempo e que o maior erro que alguém pode cometer é esperar que alguém a mais venha e resolva sua vida. Fui aprendendo a deixar de lado minhas manias antiquadas, enquanto de mansinho você começava a abandonar a saída de sexta à noite pra ficar mergulhado na própria solidão. Eu estava quase chegando perto de ser a pessoa que sempre temi quando criança, mas por desejar estar do seu lado, fui afastando meus requintes e de lá do meu barzinho de domingo com os amigos jogando conversa fora, vez e outra recordava da vez que você me prometeu uma caminhada na praia. Gostei do seu jeito singelo de recitar O tempo rodou num instante nas voltas do meu coração imitando Chico Buarque e até me fez chorar baixinho algumas vezes ao lembrar daquele dia que você cantou no meu ouvido um trecho de Caetano me chamando de Leãozinho.
Você, requisitado por tantos outros e com sua mania de maturidade foi se perdendo cada vez mais no seu mundinho. Nem cartas de amor eu recebo mais. Nem uma única explicação de que sua estada era passageira e que só veio aqui pra mudar meus roteiros e adeus, fique bem, esteja bem. Nada. Eu, obrigada a suportar nossa distância assustadora, fui me tornando tão você que não consigo mais reconhecer o rosto que me olha no espelho. Você, sem saber de mim deve adivinhar os meus temores em sempre encontrar um resquício seu em qualquer lugar. Eu, não encontro nenhuma maneira de simplesmente jogar no lixo um passado, que apesar de não querer me deixa seguir em frente, foi parte, como é que você dizia mesmo? De uma história pra contar.
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sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Não mais do que espera
Queria falar sobre a saudade que sinto de você. Quando não tenho muito mais o que pensar, se não você colorindo meus espaços vagos de qualquer coisa boa que a vida tenha me dado, desperto em mim algo como um desejo enorme de te ver de novo aqui brincando de ser meu. Meu bem, não sabe como é difícil vê-lo partir sem saber se vou ter notícias suas, sem me dar nenhum juramento de que haverá volta. Hoje tenho uma coleção de recordações dos nossos últimos encontros sem despedida e não importa quantas vezes eu já tenha o visto ir, desprezando o meu pesar, estarei sempre aqui esperando a chance de um novo retorno.
Nunca te pedi pra ficar, te neguei a mim mesma, só que alguma coisa aqui dentro tá pedindo sua chegada para que ocupe todos espaços e eu não posso mais impedir, meu bem. Não consigo mais deixar de lado, mesmo depois de tanto sofrimento, de tanta discórdia e assuntos mal resolvidos. Simplesmente não encontro mais sentido em passar esses dias convivendo com a sua ausência e o pensamento toda hora em você, me fazendo querer falar das suas coisas, das suas histórias. É difícil resistir e não voltar atrás quando me apego a essas vontades. Sinto que estou mentindo por não dizer que tudo o que eu quero é correr em seu destino e cair de vez em suas mãos.
Em mim vive uma esperança fatigada de que um dia eu reviva com segurança as emoções que só tenho estando ao seu lado. Só que hoje estou sempre atormentada por perceber uma áurea sombria vindo daí, de você. Não quero te ver triste, meu bem. Não quero topar com você tão cabisbaixo, tão como eu. Nesses dias ensolarados de setembro, que vago por aí imaginando o que te ocorre no pensamento nesse instante, queria apenas te dizer que você não precisa ficar sozinho se não quiser.
"Confesso que me dá uma saudade irracional de você. E tenho vontade de voltar atrás, de ligar, de te dizer mil coisas, e cair em suas mãos."
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