Em dias cinzentos como esses, não demora e logo surgem uma imensidão de carentes, milhões de almas solitárias no mundo. O ano está quase acabando, o que faz a gente se perguntar se o que foi feito realmente procede, se os últimos meses acrescentaram em algo no currículo. Se desperdiçou ou não tanto tempo, cabe a nós mesmos julgarmos. Se foi feito alguma ação de caridade, se deu mais atenção aos seus pais, se foi à igreja mais vezes, se dedicou mais tempo aos estudos, se deu mais chances pro amor pintar. Não se sabe, de fato, se foi feito tudo certo de acordo com o planejado. Tanta coisa que procuramos fazer de “mais” que é só aparecer um pequeno contraponto e pá, não sei onde estou, nem onde quero chegar.
Todo mundo quebra a cara um dia e como se não bastasse viver num mundo onde poucos sabem o que é ter esperança, a gente fica procurando motivos pra desistir. Ou foi porque algum idiota te deu um pé na bunda, ou porque a metade da laranja não apareceu ainda, sua viagem dos sonhos deu pra trás, seus amigos te abandonaram e você está só. Isso mesmo so-zi-nho, que significa por conta própria, responsável por decidir o que vai ser feito da sua vida, se quer ser feliz ou não.
Outro ponto crucial que não passa despercebido é essa mania que as pessoas têm de ficarem usando máscaras pra se proteger da realidade. Medo de fracassar, medo de decepcionar, medo estampado e carregado a tiracolo. O que ainda pode salvar é se passar por alguém diferente, pode até te tirar da árdua tarefa de se enfrentar todos os dias. O peso a ser carregado e suas consequentes sequelas, isso é que não tem salvamento. Até onde se sabe, não há mal nenhum em querer ser um pouco sozinho. Claro, pessoas perto da gente, sempre queremos e é um pouco necessário, até. Mas o que se pode fazer quando nem eles nem nós fazemos questão de nos interagir ou viver em comunidade, qualquer coisa assim? Só que é como eu disse, tem gente que prefere usar máscaras.
Que os dias cinzentos passem logo. Estão todos loucos por férias, por um pouco de paz. A indisposição termina quando o mês também acabar e então haverão dias de sol. As pessoas sairão de suas tocas, seus cubículos de mesmice e irão à procura de alguma praia deserta pra se deitar numa rede armada num alpendre de uma casinha simples, com o vento batendo, fazendo um som, a banda tocando uma música, num ritmo natural. Estaremos no maior Hawaii style, revezando uma água de coco com um drink a La pineapple. E o mar azul lá longe chamará para um encontro impossível de resistir. Dispensando o pra sempre, quem ainda dirá que é impossível ser feliz sozinho?

Contando os dias pros dias de sol *.*
ResponderExcluirCom tantos motivos pra seguir em frente, procuramos os piores motivos para desistir, só por medo de tentarmos.
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