"I love you so much. So, so much, and I probably always will. I just don't like you anymore."
Um dia me perguntaram o que exatamente nós éramos. Maneira meio anormal essa da gente conviver, não me admira que as pessoas falem. Sei que em meio a controvérsias, na nossa relação permanece um tipo de integridade. Ora aberta ora discretamente imprevisível. E fica claro que nessa luta de manter laços já meio desalinhados ninguém sai salvo, ninguém se convence ou cria esperanças, o que faz a gente se perguntar o porquê de ainda tentar. Talvez não esteja tão claro assim. Se fosse amor eu saberia as palavras certas pra usar, eu botaria pra fora tudo que me consome sem preocupação. Se fosse amor não haveria coração machucado. Nem esgotado. Mas e se não é amor, porque é que ainda estamos parados, procurando culpados, por que não simplesmente desistir? Ninguém se move. Ignoramos todas as vozes que nos dizem pra seguir em frente. E ultrapassamos as barreiras do bom senso para querer simplesmente por querer. 
Não há um dia que eu não pense em nós e nossas histórias, as loucuras hoje extintas, apagadas sem que isso fosse escolha de nenhuma das partes envolvidas. Ainda espero que a gente se esbarre em qualquer lugar, aqui ou em Bucareste, tanto faz. Só espero que quando a gente se cruzar, assim meio sem combinar, “ao acaso” como se diz, não seja triste nem que o ambiente seja invadido de aflições ou mágoa e silêncio inquietante. Não espero que seja simples e fácil, não espero que seja como antes. Até porque perdi a capacidade de fazer coisas assim, drásticas demais, como esperar.
Eu costumava me lembrar de você como uma parte isolada da minha vida. Algo que de tão diferente e irreal não mereça se juntar ao resto – tão pacífico, tão eu mesma. Pode ser que hoje não saibamos reconhecer nada disso, nem possamos tratar como incondicional – o que admito, nunca reconheci ser. Até agora. Mas quando não há mais paixões a serem descartadas, quando a solidão aperta em dias cruéis e nublados, quando a ficha cai. É quando eu espero um sinal seu, uma ligação pra ouvir sua voz e que mesmo em meio a constrangimentos e falta de assunto, sempre se pode dizer que estava com saudade. E perguntar se está tudo bem, que será respondido com um vago sim, está, nada errado e com você. E vai disfarçando e fingindo que não é nada, quando na verdade é sim, e é bastante.

É como diz Caio Fernando: 'Se não fosse amor, eu já teria desistido de você.' Muito lindo o seu texto Flor, você surpreende cada vez mais.
ResponderExcluirNa verdade, você se supera cada vez mais!
ResponderExcluirTá cada vez melhor, e espero que isso só tenha a aumentar. Muito lindo. Amei.
1bj