quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Feliz ano velho

Minhas férias começaram bem, talvez não tão bem por causa daquele chororô de fim de ano, as despedidas de cortar o coração. Quem passou por média passou, quem reprovou, sinto muito – eu agradeço por fazer parte do grupo dos inteligentes da sala, o que claro, não me inclui, mas ainda assim é muito bom, porque ninguém merece fazer parte do grupo das sirigaitas ou das desmioladas – com todo respeito, por favor, não me interpretem mal, isso aqui não é nenhuma referência a exclusão social.
O que quero dizer é que, pelo menos no início tinha um quê de emoção, o que nesse momento não é o caso. Quem era pra ir embora já foi, quem era pra viajar já viajou. Mas infelizmente eu não tenho muitos parentes fora, e os que tenho moram num interior mais interior do que aqui, então tenho que me contentar e esperar até o Natal para bater as asinhas e me livrar desse projeto de fim de mundo. Mais uma vez, não é querendo menosprezar essa cidade tão amada, principalmente pelos meus velhos conhecidos que ocupam cargos apreciados na prefeitura. Enfim, estou me dispersando muito, culpa do ócio.
O mais triste foi ter que lidar com as despedidas. Achei que seria difícil, no fim foi mais desesperador do que o imaginado. Em pensar que esse foi o último ano para levar as coisas mais ou menos na brincadeira – e eu nem levei! Fiquei o tempo todo reclamando, fui irresponsável, porque não aguentei a pressão sob meus ombros e por pura falta de motivação. Mudei meus hábitos noturnos drasticamente. Se antes eu curtia a vida num total estilo top na balada, agora eu me restrinjo a filmes, livros, doces, música e lógico, muita escrita. Word que o diga. Coitado, ouviu muita choradeira. E agora que acabou, estou coberta por nuvens de arrependimento e louca da vida pra começar de novo. Total desperdício. Acho que vou sentir falta desse ano mais pelo que ele não foi.
Apesar desses momentos que caio na real e sofro dores de cotovelo maiores que aquelas que tenho nas costas por não me sentar direito, finalmente tenho aqui comigo uma espécie de paz. Quem diria! Não é que eu consegui? Não foi esforço nem tentativa, apenas o tempo, amigos. Ele pode até não curar, mas tira o incurável do centro das atenções. Clichê mode on agora, mas clichê só é clichê por uma razão: porque é verdade.
Esse era um texto pra falar dos meus planos pra esses dois meses antes de voltar à guerra, mas como sempre, tudo acaba na mesma coisa chata, eu. Queria falar sobre meu tédio terrível, mas só consigo pensar em solidão, sem contar que tenho problemas bem sérios pra resolver como o meu celular que come todos meus créditos quando faço recarga ou meu notebook que viciou na tomada e o som está com defeito há meses, bandido! E também o meu guarda-roupa que desde não sei que era não é arrumado, tampouco atualizado. Coisas simples que estão me incomodando de uma maneira angustiante. Sim, atualmente estes são os meus maiores problemas, acho estou me tornando uma criatura fútil, Deus me proteja.
Acontece que eu sinto estar verdadeiramente pronta para mudanças. Não me arrependo de ter alterado aqueles gostos juvenis e tentar ser sociável, aquilo era um saco e ainda bem que eu superei e percebi que de forma alguma me enquadraria. Agora que já achei meu lugar no mundo, é só aperfeiçoar e seguir em frente? Isso mesmo, seguir em frente. Repeti isso tantas vezes esse ano que chega a soar até um pouco artificial, mas é pra valer dessa vez e vai ser pra valer.

Um comentário:

  1. Adorei. Ficou legal mesmo, Dórica! Até ri numas partes aí. Parabéns, continue assim. Teus textos são ótimos!

    ResponderExcluir