Vou começar a jogar pedras em todos que se puserem na minha frente mais uma vez tentando me subjugar, porque ameaçar não tá adiantando mais.
Todo mundo vive criando regras do tipo cunho recíproco, todos vivem na ilusão de serem um pouco melhores do que aquele rosto vazio que encara o espelho a cada manhã, depois que o despertador toca, como que um botão automático ativando a vida para mais um dia. Se diz bom dia para ser educado, quando lá no fundo está desejando que o mundo inteiro se exploda.
Não é assim? Se você não se encaixa, por favor, pule para a próxima página da web, eu não sigo padrões e nem dou risada por obrigação, o meu maior defeito talvez seja fazer apenas o que me dá vontade e medir esforços apenas por quem eu ache que mereça e às vezes nem merece.
A verdade é que me dá uma enorme preguiça de avaliar cada passo, vigiar cada palavra, como se eu fosse uma grande desocupada que vive de inventar farsas só porque é legal e é o que seria supostamente aceito por esse grande e ridículo círculo de pessoas que vivem ao meu redor, como urubus só esperando uma falha pra cair em cima.
Estou nessa não é por ingratidão nem por rancor exacerbado, porque até onde eu me lembre, ninguém nunca levantou um dedo por mim e pra ser sincera não estou esperando um grande milagre acontecer, acostumei com a vida assim, íngreme, doída, às vezes um pouco insólita, mas exatamente assim.
E vezenquando, eu perco o sono, rolo de um lado para outro ouvindo vozes inflamadas me dizerem que no ritmo em que ando afastando todos, vou acabar isolada, pairada diante da minha própria solidão. Não entendo como pode ser tão difícil perder-o-controle-da-situação e deixar-escapar-pelas-mãos essa corda que era pra guiar a gente pra um lugar melhor, para onde tudo fosse mais claro e a simplicidade não fosse coisa da imaginação.
Mas com tanta coisa na cabeça, é possível lembrar de ser um pouco mais de mim mesma?
[Try again - Keane]


