Pra não ficar muito cansativo, agora vou ensinar a vocês
como deixar uma massa de estudantes indignados e com o sentimento de que todos
que realmente se dedicaram a fazer uma boa redação foi injustiçado. Assim
pensaram alguns corretores da mais recente prova do Exame Nacional de Ensino
Médio. Infelizmente vivemos em um país em que a educação não é levada a sério e
do jeito que vai, bom, o que me resta a dizer é que: não vai. 
Era um dia comum quando meu professor de história colocou na
lousa a notícia tirada no site do G1, o irônico é que ele expôs lá, não
comentou nada, enquanto minha sala de uns cem alunos observava, em silêncio
absoluto contendo seu estado de cólera. Passado um tempo, o professor retirou o
slide e retomou a aula. Voltamos ao nosso dia-dia com o esforço de típicos
estudantes que estão ali para aprender como tirar uma boa nota no vestibular e
fazer isso do jeito certo, ou do jeito que era para ser o certo. Não, a nossa
aula não foi sobre como preparar um miojo.
O que não cabe, o que não tem lógica é esse descaso com a
educação brasileira. É uma falta de respeito que as autoridades têm conosco,
parcela no mínimo fundamental da sociedade, os estudantes. Não só com a gente,
mas com nossa mãe, nosso pai, nossos avós, madrinha, tios e todo mundo que está
torcendo por nós. Eles, se me permitem dizer, sacaneiam com esse povo todo. É
um ser humano ali dependendo de uma simples e, no entanto, decisiva correção. E
eles? Eles passam os olhos e se não feriu os direitos humanos já está de bom
tamanho. É uma vida na mão de “profissionais” incompetentes, que não tem consciência
da repercussão de sua ignorância. 
A questão, porém, não é fazer uma auto avaliação que afirme
que o desempenho de alguém que tirou 1000 é pior que o meu. Mas de uma coisa eu
tenho certeza: muita gente que não escreve mais coisas como “trousse” desde o
primário se deu mal. Erros como esses passaram simplesmente despercebidos.
Sorteio de nota? Poderia até ser, mas é bem mais provável que seja imperícia da
parte dos responsáveis pela correção. Ou quem sabe inexperiência? Recém
formados em letras contratados para tal tarefa e que simplesmente julgam as
redações como bem entenderem sem cumprir as normas de correção que o exame
mesmo cobra. 
Tudo isso, é claro, não justifica e nem diminui a revolta,
por parte nossa, vestibulandos que passam um ano inteiro aprendendo a norma
padrão da língua e como fazer, de fato, uma dissertação argumentativa. Está
certo o aluno sair da prova do ENEM dizendo “tomara que eu tenha sorte dessa
vez”? Sorte é pra quem não estudou, já dizia vovó. Estamos tendo um sistema de
educação baseado na “sorte”? Como que isso pode ser levado a sério? Como os
erros do nosso país podem ser corrigidos de uma forma tão banal? Não são só de “mestres" da culinária que é feito um país, nem de viciados em futebol – que inclusive
deixam isso claro no seu texto – e nem de alunos somente rasoaveis. Está na hora de abrirmos os olhos para a realidade do
nosso Brasil, onde a lei do mais fraco que parece se perpetuar, sem que este
tenha feito qualquer esforço, nem mesmo para uma nota 1000.
chocante, bota quente neles....opa.... isso já dá uma receita, não? Minha indignação não tem tamanho!
ResponderExcluirnão sei se fico mais indignada pq eu já escrevi comentários aqui mil vezes e sempre dá erro, ou com a redação do enem....... Com certeza com a segunda, pq a primeira eu posso tentar de novo várias vezes até dar certo e vou ter o mesmo resultado..... Agora com a segunda........ Tenho que esperar um próximo sorteio!!
ResponderExcluir