Se perguntarem, meus pais têm uma história muito bonita pra contar sobre como se conheceram. Eles se encontravam as escondidas até que não aguentaram mais e fugiram pra se casar, porque minha mãe era muito jovem, minha idade, pra ser mais exata, e meus avós jamais aceitariam tal união. Clichê, porém inspirador, até. Quem me ver hoje em dia não perde a chance de dizer que vim de um amor de verdade, que tenho sorte. Só que em meio a toda essa história eu sou só o resultado, o final, aquele que dispensa o felizes para sempre. 
Ontem à noite eu saí, conheci pessoas, nada de importante. Sem contar que não me lembro da última vez que me diverti pra valer. Chego em casa com mãos e coração abanando, exausta de ver o mundo lá fora, gente levando suas vidinhas como se cada dia fosse o último, mas pelo menos eles estão amando, se ferrando, se drogando, pelo menos estão vivendo. E eu, eu tô só aqui parada esperando por-não-sei-o-quê-não-sei-quem. 
Dá vontade de desistir. De jogar tudo pro alto. E esquecer que tenho planos, que tenho sonhos, que tenho promessas não cumpridas com as pessoas que ainda me sobraram. Mas a barra é pesada e é tão pouco tempo que nos dão pra conseguir todas essas coisinhas básicas como entrar na faculdade – e ai de você se não for o curso que seus pais querem – arranjar alguém, e depois, bem depois, ter um emprego, construir uma família. E o agora, nesse instante, não ganha espaço nenhum nessa correria de querer o que está sempre na frente.
E ainda que eu tentasse fazer parte do grupo dos que vivem-até-a-última-gota, provavelmente seria um fracasso. Ao contrário do que pensam por aí, eu não tenho sorte, nem bom-senso e nem ninguém disposto dividir comigo, sei lá, uma vida, talvez. E mesmo que eu saia por aí, que eu tenha minhas revoltas sem causa e consequência, que eu continue fingindo, fugindo, quem eu estou enganando, afinal? Por quanto tempo ainda terei que esperar? Esperar algo correr bem, pra que eu possa finalmente enxergar que estar aqui tem seu preço, mas que mais cedo ou mais tarde valerá à pena. 

depois fala que não escreve bem.. Mindiguino.
ResponderExcluirVALERÁ A PENA!!!
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