domingo, 2 de outubro de 2011

Take me back to the start

Eu sei que não deveria ficar reclamando, nem ficar implorando pra vida me dar mais chances. Já tinha superado essa sensação estranha, que me dá vontade de te escrever, mas ontem eu senti algo novo, uma saudade dolorida. Deve ter sido porque te olhei de longe, cuidando da própria vida, levando-a adiante sem qualquer resquício de passado. Notei que em você muita coisa mudou, embora seja a mesma pessoa de sempre. Só não somos os mesmos para nós mesmos e me pergunto, meu Deus, por que é tão difícil manter quem a gente ama por perto? E hoje é um daqueles dias de se passar na cama, ouvindo as músicas de ontem, lembrando da ocasião, do acaso do nosso encontro e do vazio que se instaurou ali e a presença que ficou pairando, deixando no ar mil significados. A distância, li em algum lugar, pode nos fazer esquecer, bem como, em alguns casos, somar-se, multiplicar-se, transformar-se em algo infinitamente maior.  Não quero que me perguntem de quem sinto falta, faz mais sentido perguntar de quando sinto falta. É mais fácil pensar nas coisas como elas eram do que como estão agora. Faz a gente mais leve e até um pouco poético. E por tudo que você foi, aumento o volume pra sentir de mais perto a sensação de quando distância não era o nosso maior problema.

2 comentários:

  1. Égua Dórica, que texto lindo. Perfeito!

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  2. ''Notei que em você muita coisa mudou, embora seja a mesma pessoa de sempre. Só não somos os mesmos para nós mesmos e me pergunto, meu Deus, por que é tão difícil manter quem a gente ama por perto?'' ):

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