A razão é como uma equaçãoDe matemática... tira a práticaDe sermos... um pouco mais de nós!Que o teu afeto me afetou é fatoAgora faça me um favor
Não pensar é uma matéria que venho estudando arduamente, mas que é, sobretudo, dificílima. Quando penso que repenso que tudo caminha para o lado contrário, será se acha, no fim, que talvez essa seja a maneira que a vida encontrou de me mostrar o que realmente importa? Eu não gosto do que é mostrado, eu faço de desentendida e inauguro todo dia uma definição de mim mesma para mostrar ao resto do mundo. Da realidade a utopia só existe um passo, dançamos?
 Ontem o tempo esfriou, as coisas esfriaram e eu fiquei sentada boba alienada apreciando meu último suspiro gélido antes de me entregar, impensavelmente, para o mal. Quando falam sobre “mal”, impossível não pensar na cor, na ebriedade, no pedido de socorro. Impossível não se distrair ao mexer com fogo, eu me queimei. O ponteiro do relógio faz sua melodia constante e tediosa ao mesmo que meu coração faz engano, desengano, engano, des (...) até que ponto fingir ser algo que não sou pode me levar? Sozinhos nunca somos os mesmos pra nós assim como somos alguém diferente para cada um e é piegas, assim como o amor, tudo que tem a ver com a mentira, é piegas. É complicado se perder dentro de si e só se achar numa outra alma e ela nem saber disso. 
 Mas não adianta quanta ajuda seja oferecida, ou quanto seu coração ainda se predispor ao looping infinito da não correspondência, pois há quem diga que Drummond foi são e verdadeiro ao escrever Quadrilha, assim como há quem diga, por exemplo, que a primavera é a estação das flores. Já dei você tantas vezes como causa perdida que inevitavelmente perdeu o brilho, perdeu a confiança, se exauriu minha incontestável admiração, a única coisa que ficou foi essa sensação de lâmpada queimada, ferrugem, essa coisa torta a que chamam de Amor Obsoleto. 
 Hoje acordei chorando, mas sequer lembrei do sonho. Chorava com fervor, podia facilmente ser um pesadelo. Minha mãe pedia por mim, pude ouvir gritos desesperados e eu continuei sofrendo aquele pesadelo por um bom tempo. Não sei bem por que, mas deve ser mania da alma da gente se amargurar por não verdades e idolatrar a ilusão. Do mesmo jeito que você finge pra mim e ele finge pra você e assim por diante. 
Eu não tenho mais fé nem coragem de ainda jogar verdades duma maneira de te fazer perceber, porém eu mato o peixe pela boca, mas não fico engasgando esses meus discursos flagelados que repudiam toda essa farsa e ainda param e protestam pedindo mais. Chega a ser brutal a forma como reprimem uma antiga fera inconsolável com migalhas de pouco em pouco de dúvida a dúvida. Você acha que transborda, mas não preenche uma gota sequer.

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