Maior que a necessidade de alguém pra me recompor, é a necessidade de alguém pra me ajudar a segurar esta barra. Não confio em muitos ouvidos e bocas indiferentes, estou cheia de não achar ninguém que retire de mim mais do que aquilo que apenas digo por dizer, ninguém parece disposto a me entender por inteiro, fazer promessas, partilhar planos e explorar meus sentimentos. E esse meu constante descontentamento vai me isolando, me deixando cada vez mais só.Um pouco de autenticidade, menos sonhos desgastados de utopia, algo assim, como estar farta das falsas intenções. Querer algo realmente verdadeiro é pedir demais?  Até onde me lembro não tenho nenhum preço a pagar, nenhum motivo que me faça merecedora dessa falta. Meu estado de espírito tem sido como um copo meio vazio, pedindo sempre por mais dosagens. Minha vida inteira vem sendo esse meio termo, essa coisa que nunca acaba e nem se exalta. Sabe o que mais? Estou cheia de metades, vazia de atenção.
Nunca quis ter expectativa nenhuma a respeito de nada. Como se pudesse evitar ter em cada rosto uma visão de alguém perfeito pra se passar a vida inteira compartilhando sonhos, fantasias, semelhanças, interesses. Quando se está pronto pra abrir mão de tudo – orgulho, amor-próprio, essas futilidades – nunca se para pra pensar em como isso pode ser doloroso. E as chances que existem, se é que existem, pra voltar atrás tem passe limitado. 
Por isso estou cada vez mais só. Não tenho passe pra voltar atrás e muito menos coragem pra seguir em frente com qualquer atitude. Vivo de expectativas, em sua maioria frustradas e precisando como nunca de algum tipo de perspectiva que me livre dessa carência de afeto. É como se boa parte do meu dia fosse tomado por fatos efêmeros. É cada vez mais só que vou segurando esta barra. Sem alguém pra me dar a atenção de que tanto preciso e tapar meus anseios de viver como se deve ser.
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