quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Eu tô falando é de amizade

Nunca esperei encontrar estabilidade em qualquer relação de convívio que pudesse me trazer serenidade ou arriscar me envolver em algo que eu sei que minha autoconfiança não permite alcançar. Sempre gostei de estabelecer os prós e os contras antes de começar uma amizade com alguém. Sim, eu já fiz muitas análises a respeito de cada um de vocês, mas não sou paranóica, gosto de substituir isso por uma palavra mais bonita e poética como “insegurança” ou “precaução”. Fico me perguntando como mesmo assim eu ainda erro na jogada, tem gente que consegue me enganar bonito, mas tudo bem, é preciso acabar com esse medo.
Não faço ideia como certas pessoas entraram na minha vida, só sei que é muito difícil imaginá-la sem algumas delas. Eram apenas uns tímidos “olá, tudo bem” e “tchau, a gente se vê”, que virou de uma hora pra outra comentários mais dialéticos sobre filmes e livros, comunitarismo na hora de dividir as atividades do dia seguinte, vergonhas alheias compartilhadas em certos momentos insanos e análises viajadas sobre nossos estúpidos sentimentos frustrados.
Não que tudo isso seja sinônimo de uma verdadeira amizade cheia de perfeições, laços tão fortes que podem ser chamados de fraternos. É apenas uma leve semelhança a essa coisa toda que vemos nos filmes e nos dá vontade de criar essas pessoas como um suporte pras horas necessárias, só que é um erro pensar que é tudo sobre nós mesmos. Vocês, mais do que ninguém, me ensinaram que amizade não é algo que eu tenha que me apoiar, algo que eu tenha levar ao fundo do poço junto com todo o resto, é preciso não pensar só em mim. A partir do momento que eu passei a querer o bem de outros, o que era essencial pra mim, vira supérfluo quando estou com vocês.
Eu tive muito em que pensar. Não é fácil decidir quem é que deve ficar pra traçar um caminho com a gente. Não que eu tenha decidido algo. Boa parte não coube a mim, acho que se dependesse da minha boa vontade eu estaria sozinha e é aí que eu encontro maiores motivos para agradecer às pessoas que não abriram mão de me fazer sorrir – ou pelo menos tentar arduamente – nem quando eu dei razões mais que relevantes para fazerem isso. Talvez eu deva mesmo começar a dar mais atenção a isso, ao que interessa e é interessado, ao que me faz bem em proporções que eu nem sabia que era possível. Talvez eu deva começar a dar mais valor, sobretudo à simplicidade de pequenos momentos como uma tarde à toa sem nada pra fazer ou deixando tudo sem fazer, pelo simples fato que as preocupações podem ficar pra depois, mas as amizades não.
E ainda bem que eu tenho pelo menos essa certeza de que fiz algo certo. Pessoas maravilhosas ao meu lado, que me dão trabalho e irritam de vez em quando, mas que sabem poupar tudo isso na medida certa. E mesmo que nós percamos esse entusiasmo de juventude mais tarde, que fique guardado em algum lugarzinho da memória – sem desculpas de sequela de velhice – o que foi aprendido e as boas lembranças, pois eu acredito que esse tipo de amor não perde o brilho. Posso nunca ter procurado perfeição, mas sem dúvidas vocês chegaram bem perto disso.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Inércia emocional

Sabe quando, de repente você começa a notar que tudo em volta parece estranhamente incapaz de enxergar sua presença como um ser existente e dotado de sentidos; de fala, audição, pulsação e que certa forma percebe quando tudo está totalmente virando as costas pra aquela imagem que até então era pra ser alguém, no caso, você mesmo?
Sem querer reforçar nenhuma teoria da conspiração, mas parece mesmo coisa de outro mundo isso de as coisas não funcionarem ao mesmo tempo. Já fiz remessas de cartas de despedida, joguei fora objetos que até então em guardava apenas por apego ao passado, despachei os meus pesos diários, minhas lutas intermináveis contra o desgaste interior por qual eu vinha passando. Desapeguei, limpei, mas não posso dizer que estou em paz.
O que explica essa mania de ficar insistindo naquilo que já fez mal e sabe-se que vai continuar fazendo? E não foi uma nem duas vezes. Repetidas, incontáveis são as vezes que já me peguei por correr atrás dessas pequenezas que eu julgo serem essenciais. Imagino se vai ser sempre eu, nessa maratona solitária de querer alcançar o inalcançável ou pelo menos manter aquilo que sabe-se lá até quando vou conseguir ter sem que escorra pelas mãos.
Pedi férias desses fardos que atrasam tanto minha vida, dessa rotina fatigada, de ficar pisando em ovos pra não ter que contar com a dor depois. Eu não sei mais o que fazer com tanto menosprezo e ofensas soltas no ar como se tivessem anticorpos dentro da gente pra fazer curar sempre que se despeja esses baldes de água fria que envolvem, amordaçam e fragilizam. Sim, meus amigos, eu não passo de um ser simples e frágil, que não ganha importância nenhuma, ou pelo menos é assim que se sente diante dessa inabalável indiferença dos outros. Mais parece como se quisesse confiar e buscasse isso com unhas e dentes, mas não dão razões e nem procuram isso de volta.
Ainda que eu aplique defeitos, contradições e frases mal faladas dentro do que chamam de motivos-pra-explicar-minha-reação-meio-alérgica-meio-repulsiva-com-o-resto-do-mundo, não vou entender como alguém que por um momento achamos conhecer a alma, vira um completo desconhecido de uma hora pra outra ou como podemos achar falhas e faltas nos dias mais felizes e o fato de se estar acomodado, mas sem nunca contentar-se. É o que se chama de inércia emocional. Venho sentido muito isso, acho que posso chamar assim, esse estado de constante conformismo que nada acrescenta, estimula ou inibe, e ainda assim, é inquietante. Quando não há nada pra fazer perder a cabeça, mas à noite te tira o sono. Quando o silêncio é mútuo e ainda assim se entende a mensagem. Quando o esquecimento que leva ao aprender é, na verdade, doer lá no fundo.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Desapaixonadamente


Pedi tanto para que algo de diferente acontecesse na minha vida, algo que não fosse esse aperto desgastante no peito, o vazio que, de propósito, você deixou aqui. Nem por um segundo tentei me livrar das mordaças em que estive presa. Por que razão eu iria querer deixar pra trás o único elo que ainda tínhamos? Nem que fosse apenas dor, ainda era o que você tinha deixado pra mim. E abrir mão disso, impossível.
Nem sei se é uma confissão, mas estou aqui agora confessando que não ando mais chorando. Nenhuma gota de lágrima de tristeza por causa de você, tampouco de felicidade, porque veja só, alguma coisa aqui adormeceu. E por mais felizes que alguns dias possam ser, é sempre pela metade que eles terminam. Sem coração pulsando acelerado contra as cobertas da cama durante a noite, sem ansiedade por um novo dia. Não há nada para se esperar.
O telefone nunca mais tocou. Acho que as pessoas desistiram de animar alguém que não quer ser consolado. E a desolação, por mais triste que seja, às vezes consegue fazer algumas surpresas. Ontem eu senti um calor velho conhecido meu que me fez ter certa esperança de que nem tudo estava perdido. Será que a morte de um amor pode deixar brecha para um novo pintar? Não, meu bem, não é isso, eu ainda me sinto meio adúltera em pensar em uma nova paixão, veja só o quão ridícula sou. Algumas coisas nunca mudam.
Eu parei de me sentir feito um animalzinho ferido se escondendo pela escuridão afora, mesmo tendo certas horas da noite que sou pega tendo vislumbres seus. Só que saudade, eu nem sei mais se essa falta pode ser chamada de saudade. Uma parte minha sabe que não quer você de volta, mas outra insistentemente não desiste.
Sei que estou praticamente indo pelo mesmo caminho, tentando dar continuidade a algo que não vai se concretizar ou criando novas ilusões, tentando achar uma escapatória mais eficaz. Não é assim que funciona, nunca foi, então qual é o problema em desapegar dessa emoção dolorida e se entregar numa outra, ainda que irreal, mas que não envolva os meus sentimentos referentes a você? Acabei de me contradizer – de novo. Eu tinha deixado pra lá, era esse o acordo.
Vai se esvaindo então qualquer tentativa de aceitar, quem sabe, uma proposta duvidosa ou até mesmo oferecer algo que eu sei que não posso dar, tudo pelo prazer momentâneo, pela filosofia de vida que me propus a seguir “pisar nos outros antes que eles te pisem”. Eu costumava gostar de tudo isso, dessa despreocupação a favor de um estilo de vida mais casual, mas nem lembro quando foi a última vez que abandonei a segurança do meu lar para me embrenhar na noite da cidade, me deixar à mercê de correr riscos, me aventurar e não ter medo do dia seguinte. Você me envelheceu precocemente, meu bem.
E então por mais que eu queira uma novidade na minha vida, parece que sempre tem você, essa pedra no meio do caminho. Vou trancar em alguma caixa a mágoa que sobrou e jogar a chave fora. Posso seguir, talvez não tão tranquilamente, um pouco mais dolorida, bem mais dura, e com uma esperança amargurada de que talvez você ainda me encontre numa farra, no meio de vários novos amores de mentira e que sinta a mesma certeza que eu sempre tive: minha alegria nesse mundo nunca foi real sem você.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Enquanto isso, no mundo particular

E se eu decidisse optar pela desbanalização da realidade? Quem não entendeu, veja bem, você pode ser mais uma das vítimas dessa espécie conjuntiva de alienação em que o agradável não se une ao útil. Desde pequena fui levada a crer que quando crescesse iria ter um cabelo perfeito, roupas de alta categoria e um príncipe encantado. Culpa dos desenhos animados? Não sei. Acontece que foi frustrante acordar do sono sem que nenhum cara bonitão tivesse me despertado com um beijo de amor.
Esse otimismo detestável não para por aí. Como se não bastasse os vexames que tenho passado por minha própria conta, ainda tenho que lidar com essa bolha ininterrupta da hipocrisia humana. Pessoas colocando tudo a perder por motivos aparentemente sem sentido, indo pro fundo do poço por ligações não retornadas e promessas não cumpridas e jogando sua dignidade pro ar como se isso não tivesse a mínima importância em tempos como esse que o que vale é a garantia do sucesso próprio.
Não sei o que me causa mais repúdio, se são as séries de reclamações diárias cheias de frivolidade que alguns incansavelmente tentam colocar nos ouvidos alheios como se isso fosse muito importante pra sua sobrevivência na Terra. Ou se é o ideal que os outros querem passar de felicidade. Uma constante muito vergonhosa se quer saber. Não há nada de bonito na maneira descarada com que algumas pessoas se “divertem”, usando de uma travessura de mentira que só faz nutrir a própria ganância. Não estou falando de tocar a campainha e sair correndo, por mais que não tenha sentido nenhum em fazer isso, mas o que preocupa mesmo é o sangue frio que alguns têm em enganar pra se sobressair diante do resto. Um cara que mente pra sua mulher pra que nenhum dos egos saia perdendo, outro que pede perdão de joelhos na igreja sem fé nenhuma, sem contar aqueles que se iludem por si mesmos, realizando sonhos dentro da cabeça sem nunca ter coragem de arriscar.
E ainda me aparece gente pra falar de ética. Só sendo muito falso-moralista pra viver num mundo hipócrita como esse. Sem querer ser dona da verdade, é apenas minha falta de paciência falando, ela não suporta mais ver tudo de boca calada e eu não tenho mais capacidade nenhuma de tentar algo muito ousado tipo salvar o planeta, talvez eu esteja oficialmente me deixando levar pela tal bolha dos sem moral e tendo que considerar apenas os meus problemas que interessam somente a mim. É a força da influência, mas se tem uma coisa que nunca vai mudar é eu entrar em estado de aceitação.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Ninguém pra ficar

É como se eu fosse sempre obrigada a fazer parte de um filme antigo que já enjoou. A cena se repete, o elenco é o mesmo, só mudam os personagens. A equipe de produção é incompetente o suficiente para não reparar os erros. Então eu fico de mãos atadas, sem saber muito que fazer a não ser assistir os danos que eu mesma causei pelo meu irreparável descaso, minha própria dívida de favores não devolvidos e afetos não retribuídos. De repente passo de atriz ruim de uma peça de péssima autoria para uma das poucas na arquibancada, que está ali por algum motivo banal ou porque foi obrigada, não importa, o fato é que estou louca para ir embora pelo simples motivo que não aguento mais um segundo de melodramas falsos, de desenrolares cheio de tédio com emoções limitadas e de repertório deprimente. Estou com medo de sobrar, vendo tudo escorrer pelas mãos, as pessoas saindo uma por uma, exaustas de tanto desaforo e demonstrações de apoio rudemente ignoradas. Talvez eu tenha me esquecido. Pode ter sido distração, falta de tempo, pode ter sido até comodismo. Posso também continuar enchendo linhas de desculpas esfarrapadas para meu excesso de falta de atenção e o egoísmo descontrolado que insiste em se vestir de capa preta e fazer pose de vilão me retirando de cena da vida de todos que eu tentei manter por perto, por ser algo construtivo e bom a se fazer, porque ainda é o que completa uma pessoa e dá sentido na vida dela: ter alguém por perto e do lado: sempre. Tive que deixar partir. Estar ao meu lado não é reciprocamente saudável quanto é pra mim ter outros como ponto de força ou qualquer coisa assim. Quero desesperadamente acompanhar as pessoas que saem murmurando frases de raiva, mágoa e até deboche, “ridículo” e ainda “que perda de tempo”. Alguns saem chamuscando de tanto ódio, outros mal contém o choro e penso que talvez seja por esses que ainda valha a pena dar motivos para retornar, ou quem sabe já seja tarde demais. Eu quero sair também, quero me livrar desse peso junto com todo mundo, não quero ficar sozinha, mas sou impedida, não se pode abandonar o próprio roteiro.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Outra noite que eu erro o destino


Tenho medo de entender o que suas palavras querem me dizer. O significado que elas deixam transparecer me dá a sensação de estar entrando num apartamento que não é limpo há dias, onde o chão está repleto de vários restos de jornais, nas paredes fotografias velhas e manchadas, no ar um cheiro de livros mofados misturado a um aroma quente de café. É um ambiente cheio de pequenos resquícios de que ali habita um ser notoriamente abalado. Então fantasio. Fantasio o que querem dizer aquelas palavras parafraseadas. Devo distorcer todo o sentido, mas é inevitável. Eu não sei lidar com a sua complexidade. Vou mais afundo, sou só mais uma nesse turbilhão de almas perdidas na própria existência. Volto pra casa depois de um dia comum, um dia qualquer como todos os outros, acendo as luzes fracas do pequeno cômodo e sento na poltrona desgastada ainda sem tirar a roupa molhada de chuva. Ouço as gotas grossas caindo lá fora e meu coração dispara ao som de um trovão. O susto me faz desmerecer umas pontadas nauseantes de insatisfação. A constante da minha vida é algo que talvez necessite mesmo de um pouco de mudanças e inventar desamores parece a coisa ideal pra se sair da rotina. E permanecer com esse gosto azedo na boca, com o sentimento de que nada nunca acontece. E pensar no que já foi perdido e no pouco que resta a se perder. Não deve ser muito. Oh, mas quanta amargura! Quis levantar-me dali, sair daquela droga de poltrona, daquela droga de vida. Olhar além das cortinas encardidas, os carros na avenida passando depressa, jogando água nos pobres desafortunados na calçada. Não devem estar melhores que eu, presumo. Quero pedir meu jantar, mas compreensão ou qualquer coisa do gênero não está no cardápio. Sou péssima em conotações, talvez devesse mudar de restaurante. As luzes da cidade estão embaçadas e não se pode ver além. Os feixes que atravessam a janela são abstratos e refletem uma moldura meio insalubre dentro do apartamento, como se eu precisasse de mais obscuridade. Canso daquela imagem superficial das vidas que não a minha e lembro do wisky ao lado da minha cama, ou será que é mais vantagem diminuir a pilha de obrigações que pairam em cima da escrivaninha? Penso se tenho alguma carta pra responder, ninguém me envia nada há meses. Minha caixa de e-mail está vazia, se não cheia de futilidades. Tenho alguém pra ligar? Teria, se você atendesse meus telefonemas. Não que eu já tenha tentado, mas algo me diz que é melhor esperar uma ligação sua, que eu sei que nunca virá. Meu consolo é tentar decifrá-lo todos os dias, por isso tem sido dias iguais, na fuga de saber algo meio vago e totalmente incerto. Os trabalhos podem esperar, vou deixá-los de lado, mais uma vez. A minha saída, já sei, não estar em cumprir obrigações, eu não tenho nenhuma se não em tentar me salvar. O wisky me espera como uma terapia ao final de cada dia. Dias iguais. Há tempos venho esperando alguma mudança, como algo parecido com uma reviravolta, mas única reviravolta é aqui dentro da minha cabeça. Feixes de luzes ultrapassando minha retina, cheiro de mofo misturado ao wisky, o vento frio fazendo um barulho meio mórbido por entre as aberturas da janela mal fechada e sinto novamente vontade de te ligar, mas tenho medo do que suas palavras querem me dizer.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Seis coisas que quero fazer, que ainda não fiz

O final do ano tá chegando, o que nos torna um pouco mais inspirados pra fazer coisas que deixamos de fazer no ano que se passa, por isso cedi à proposta. Adoro fazer planos e não desisto deles facilmente, apenas em ocasiões específicas, como quando eu era pequena e tinha o sonho maluco de ser arqueóloga, porque era fascinada por dinossauros. Enfim, o que quero dizer é que meus objetivos mudam o tempo todo, mas também são muitos os que eu já fixei na mente “isso eu vou fazer, certeza”. Têm outros que eu não ouso contar pra ninguém, muito menos publicar, pois muitos me envergonham profundamente. E ainda tem aqueles que sempre prometo fazer e deixo pra mais tarde e nunca faço, mas isso é outra história. Foi bem difícil selecionar minhas prioridades, o que torna esse meme complicadinho. Mas vamos lá.

1. Ter um grande amor


Vou começar com o mais difícil, clichê e polêmico de todos. Acho que quem nunca teve ou tem esse sonho, tá fazendo viagem perdida na Terra. Muitas vezes já me revoltei com o amor e a simples menção dessa palavra me causa algo que eu nem sei o que é. Mas nesse ponto sou bem pensamento “século passado” mesmo, como dizem por aí. Quero ter um grande amor, não importando de onde venha, como seja, a única coisa que exijo mesmo é que seja pelo menos correspondido. Isso é fundamental, pois quero sentir pelo menos uma vez na vida o que é  isso que as pessoas tanto falam.

2. Passar uma temporada na Europa


Quem não quer? Passar uns dias curtindo as praias gregas, quem sabe até achar um deus grego (futilidades à parte), cavalgar nas lindas paisagens verdes da Irlanda – desde que assisti P.S eu te amo tenho isso na cabeça. Visitar o palco de grandes acontecimentos históricos tipo Alemanha e Itália, curtir a liberdade da Holanda, viver uns dias bem cri cris em Paris, brincando de ser personagem de clássico europeu em toda aquela paisagem romântica que a França tem. E o principal: conhecer a Inglaterra, que essa sim me faz ter suspiros de satisfação só de pensar em estar lá.


3. Fazer residência no Rio de Janeiro


Estou no segundo ano do ensino médio e essa, por incrível que pareça, é a coisa mais distante que tenho de realizar. Estão embutidos aí dois desejos, na verdade. Morar no Rio e passar pra medicina, fazer faculdade e depois passar pra uma residência (no Rio). Se tem uma coisa que eu aprendi, é acreditar nos sonhos. Não custa nada, não é mesmo?

4. Esquiar


Acho que essa foi a única coisa que nunca mudou. Desde que me entendo por gente tenho essa obsessão em pegar minha bagagem, ir pra algum lugar como Bariloche, Nova York ou Ottawa e me jogar na neve. Não sou nenhuma viciada em aventuras, mas pra esquiar eu correria qualquer risco. Nada deve se comparar aquela sensação de vento frio batendo no rosto e aquela imensidão branca ao redor, acho lindo mesmo, de verdade. Adoraria ir em família, mas meu pai se recusa a viajar de avião e não suporta frio. Mas nem que eu tenha que esperar alguns anos, um dia pago umas passagens e levo eu e meus filhos pra esquiar.

5. Morar sozinha


Todo mundo diz que a melhor época da vida é quando a gente mora com os pais, porque tem tudo na boquinha. Pois bem, quero provar isso por mim mesma. Acho que a liberdade compensa qualquer trabalho a mais que as desvantagens em morar sozinho trazem. E um pouco mais de responsabilidade não faz mal a ninguém. Ter um canto só meu poderia me ajudar em tarefas simples que eu ainda não sei fazer com precisão como cozinhar, saber os produtos de limpeza que tem que usar em cada situação e o mais importante: resolver problemas de grande porte, coisa que meus pais podem até me deixar cuidar, mas sempre tem aquele dedo desnecessário deles que muitas vezes me tira a paciência. Sem dúvidas essa a coisa mais urgente que devo fazer. Daqui um ano talvez eu realize esse sonho de “independência” que tenho tido à um bom tempo.

6. Me perder em Las Vegas


Não literalmente. Quero saber quem nunca sonhou em ir pra Las Vegas aos vinte e um anos com as amigas e perder a noção até mesmo de quem é. Só mesmo quem tem uma reputação a zelar e dá muito valor a isso, o que não é o meu caso. Lá eu poderia esquecer de mim por uns dias e perder tempo apenas curtindo a vida, fazendo tudo, menos o que meus pais me ensinaram desde sempre o que é ser “certo”. Queria um dia encher a boca pra falar “o que acontece em Vegas, fica em Vegas” e não vejo problema nenhum nisso, mesmo achando que é uma viagem que se faz uma vez por vida. Não sou nenhuma defensora assídua do politicamente correto, mas também acho que todo mundo tem o direito de se soltar de vez em quando e não consigo imaginar nenhum outro lugar com nome, endereço e fama pra se fazer isso de uma vez só e o melhor de tudo, sem ser julgada.